André desistiu da dor.
Ricardo surta, mas transforma sua dor e sua loucura em arte,
em livro, num livro-catarse pelo remorso, catarse pela impotencia frente a dor
do amigo e frente a sua própria negligencia com o amigo que anunciava sua própria morte. E que não foi ouvido.
Por isso Ricardo grita.
André é surdo.
Ricardo grita e seu grito é uma tentativa de ser ouvido.
André se enforca.
André não vai para o céu.
Que Deus é esse que não permitiria que seu
amigo gentil, generoso, seu amigo cavaleiro templário não fosse para o céu?
A solução é lhe dar um final de vida novo, com enterro cristão, com os
participantes enumerando as qualidades do morto e o padre no cemitério rezando de novo.
Obrigado, Senhor.
Ricardo transforma toda saudade em uma coleção de memórias sobre o amigo.
“Uma coleção é como um amigo: é preciso saber
tudo. Quem tem uma grande amizade sabe que, mesmo que estejamos longe dela, uma
lembrança sempre retorna. Em uma viagem de trabalho, você deve estar preparado
para, sem planejar, encontrar algo que interesse para a sua coleção. É como
oferecer um presente a esse grande amigo.
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